quarta-feira, 26 de outubro de 2011

INDIFERENÇA ( CORAÇÕES DE PEDRA)


Nós que aprendemos a lidar com a palavra, nos tornamos responsáveis, nos obrigamos a ver com o coração, ver claramente as coisas ao redor, a tudo que nos atinge e aos outros seres humanos, porque pela palavra escrita ou falada, muito podemos transformar. 
Algumas vezes, vemos pessoas reclamarem dos Órgãos de Imprensa 
( agora também  no mundo virtual) entretanto, muitos acontecimentos terríveis jamais seriam descobertos se estes profissionais não tivessem coragem suficiente para publicá-los. Corrupção, desonestidade com o uso do dinheiro público, escravidão de seres inocentes, etc...
Não podemos calar quando os que estão no poder dizem coisas que enganam os mais desavisados. Nós entendemos as entrelinhas por detrás dos gestos e palavras estudadas, pronunciadas para iludir...  Os poetas, escritores, pintores, enfim, todos os artistas sempre estiveram engajados nos movimentos sociais,  reconhecendo o dever de se pronunciar por intermédio de sua arte e sempre foi e será dessa forma que a LIBERDADE vai se consolidando em muitas partes do nosso sofrido planeta.
O meu poema Indiferença ( corações de pedra), é de 1998, nada mudou. A ganância dos poderosos não tem limites!
Até breve.
A tela ao lado,  “Represa de Guarapiranga” em São Paulo, naquela época um local muito aprazível e poético com seus barcos e bela paisagem que me inspirou ( óleo sobre tela med.50 x 30cm).

INDIFERENÇA (corações de pedra ) 

                                          Mary Balth Junho/ 1998

                 Por que a vida pra alguns é cor de rosa,
                 E tem mares azuis da cor do céu ?!...
                 Tem sobrados, com quartos, com janelas
                 Com cortinas e flores pra deleite?
                
                 Porque a gente que habita nos sobrados,
                 Têm cobertas nas camas, cobertores,
                 Lindas fronhas de renda pra dormir?
                 Têm toalhas de linho em suas mesas
                 E tapetes nas salas pra pisar !...
                 Não lhes falta no prato o alimento,
                 Nem talheres de prata à refeição
                 Nem o vinho melhor mais puro e claro! ...

                 Porque a gente, esta gente dos sobrados,
                 Casarões construídos com o suor e com o
                 Sangue daqueles lá de baixo !!!
                 Permanecem escondidos nas cortinas,
                 Nos postigos fechados pra não ver ?!!!...

domingo, 2 de outubro de 2011

PRECE ( RESPONSÁVEIS SOMOS TODOS)


Dezembro de Mil, Novecentos e Noventa e Um, quanto tempo se passou ! Já naquela época, sabia que devíamos de alguma forma reclamar, fazer alguma coisa, tomar alguma atitude.
Escrevi esses versos e quase nada mudou! Hoje, temos mais meios comunicação, mais informação o tempo todo, um mundo virtual, modernidade por toda parte. Muita gente trabalhando pela melhoria de vida de algumas pessoas em diversos países, entretanto ainda vemos muitas crianças em trabalho escravo, gente doente sem atendimento e muita fome ainda em todo o planeta. Enquanto isso, alguns ambiciosos, pela ganância possuídos, conseguem fechar os próprios olhos e destruir o que nos resta em riquezas naturais por toda a terra. Temos de nos juntar àqueles que lutam por um mundo melhor. Quem sabe, alguns anjos cantarão a melodia do amor nos ouvidos dos poderosos? Assim, num milagre tudo estaria resolvido... Esperemos em Deus e em seu maravilhoso poder. Tudo se resolverá.
Um feliz fim de semana para todos os que gostam de alguma forma do que escrevo em qualquer parte deste planeta.
A foto ao lado é de um dos meus trabalhos representando uma árvore com o coração sangrando pedindo socorro, a floresta queimando, um peixe que chora, um rio escuro e pedras no caminho, um grito pela natureza. Óleo sobre tela med.70 x 50cm.          Até breve.



          P R E C E ( RESPONSÁVEIS SOMOS TODOS)
                                 
Mary Balth   14/12/1991

                 Dá-me forças, Senhor
                 Pra ver, sem sentir nada,
                 Tanta gente dormindo na calçada,
                 Como se gente não fosse.

                 Dá-me forças, Senhor
                 Para ver, sem poder, sem fazer nada ...
                 Estas crianças, vendendo qualquer coisa,
                 Pelas esquinas da vida,
                 Nos semáforos fechados.
                 Das ruas que não têm fim ...
                
                 Dá-me forças, Senhor,
                 Para ouvir, sem falar nada ..
                 Tanta mentira pintada de verdade,
                 Que verdade não é.
                
                 Dá-me forças, Senhor, faz que eu prossiga
                 Nessa luta invisível com palavras,
                 Diminui a angústia no meu peito,
                 Aumenta oh, Senhor a minha fé.