quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

CENAS DA CIDADE( ESPERAR É PRECISO...)



Uma cena rotineira me proporcionou a ideia deste poema. Uma moça na calçada aguardando a condução. Existe algo mais comum num dia de semana qualquer? Entretanto, ao me dirigir até a janela, pude observar lá embaixo a moça andando de um lado para outro, sua energia transborda, exibe sua aflição...  Meus pensamentos ali focados, entenderam sua mensagem, um sopro de vida a esperar pelo destino. Pode ser a qualquer tempo, em algum lugar, numa grande cidade ou quem sabe em um pequeno povoado distante, perdido no meio do nada, alguém estará a esperar pelos desígnios do seu próprio destino, como entender? Temos pressa, não queremos esperar!!! ...
Assim, nascem de alguma forma as crônicas, apenas por mera observação de coisas corriqueiras do dia a dia, num recanto qualquer do universo.
Já é fim de ano, estamos no Natal, realmente o tempo passou depressa, nem percebemos o transcorrer das horas e dos dias!!!
A foto ao lado é de um trabalho de minha autoria, óleo sobre tela "Fundo de Quintal, reminiscências" med. 70x50cm.

Cenas da Cidade
                                  Mary Balth SP. 17/02/2011
Uma moça na calçada,
Aguardando a condução,
Impaciente caminha para um lado
         e para o outro...
Num ponto de transição.

A moça pensa e repensa,
Os pensamentos estão soltos,
Como bichos sem controle,
A moça e suas promessas,
Seus desejos mais secretos,
Sepulta seus sentimentos,
Num canto escuro e profundo,
Tenta esquecer os seus sonhos,
Na rotina desse dia...

Será que o destino existe?
Pergunta a moça inocente,
As horas passam depressa...
É o relógio verdadeiro,
Nas horas que faz soar?

A lua se mostra leve
Nessa tarde de verão,
Aguarda a noite chegar,
Para exibir a beleza
De uma noite de luar...

Repica o sino na igreja,
O sol se põe no horizonte,
A chuva cai tão pesada,
Lavando os muros, as casas,
Lavando a alma, afinal...

E a moça na calçada,
Continua a esperar,
Um dia meu Deus, quem sabe,
Depois de tanto aguardar
Seu jardim vai florescer
E as rosas irão brotar!...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O R V A L H O ( Tobias Barreto ) para sonhar um pouco...



Hoje lhes presenteio  com um poema de amor dos mais lindos do nosso rico idioma, do ilustre jurista, crítico, filósofo e poeta, Tobias Barreto de Menezes, sergipano da cidade de Campos (Sergipe) , atualmente esta cidade tem o seu nome. Nascido em 7 de junho de 1839- falecido a 26 de junho de 1889( Recife- PE). Foi ele um dos maiores talentos do nosso país. Membro da Academia Brasileira de Letras ocupou a Cadeira nº 38.
Não ficou famoso como o nosso  Príncipe Castro Alves, condoreiro reconhecido e amado por todos. Entretanto em minha infância muitos dos seus versos li e reli em voz alta e decorei com prazer. Vou lhes apresentar um poema de amor denominado “ORVALHO”  gravado em meu coração há muito, muito tempo...  De invulgar cultura, seus versos têm a magia de impregnar-se em nossa alma e ali permanecerem. São belos demais e também cheios da força necessária das palavras expressas no sentimento verdadeiro, seja de dor ou de amor, de felicidade ou de tristeza...
Onde você estiver querido poeta, todo o meu amor de seguidora . Vamos a ler este lindo poema mais doce do que o mel .
Ao lado, foto de trabalho de minha autoria, óleo sobre tela  "FLORES E FRUTOS DA TERRA" (med. 30 x 40 cm)


           “ORVALHO”  -  Tobias Barreto

    Um riso, um gesto, umas palavras doces,
    Eis a riqueza deste grande amor.
    Se Deus quisesse reduzi-lo a orvalho,
    Não ensopava a pétala de uma flor.

    Entretanto, minh’alma que te adora,
    Minh’alma que a teus pés caiu vencida,
    Nesse pingo de amor quase invisível,
    Acha gozos do céu que dão-lhe a vida.

domingo, 4 de dezembro de 2011

" PÁSSARO CATIVO "



Aprendi a amar este poema fantástico,  de um dos maiores poetas brasileiros Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac. No velho casarão das minhas tias, Professoras aposentadas, bem formadas e cultas, havia estantes repletas de livros numa pequena cidade do interior de Sergipe, lá no Nordeste do Brasil. Fomos criados ali, naquela casa silenciosa e cheia de segredos.  Tenho desde criança, uma boa memória visual e a tenho até hoje. Facilmente decorava todos os poemas que me encantavam, seduziam e os declamava.  Quando somos tocados pelas Artes estas vem ao nosso encontro, entram em nossa vida, colam em nossa aura, nunca mais se vão. Podemos estar ausentes por algum tempo, por ocorrências da própria vida, mas quando seduzidos,  fatalmente voltamos ao seu regaço, retornamos ao ninho antigo, assim como voltam os pássaros, também. As recordações da infância me levaram a criar a minha tela O PÁSSARO CATIVO, apresentando a história desse lindo poema que permanece na memória para sempre. Óleo sobre tela, med. 70 x50 cm.Mary Balth 2005.           

“O PÁSSARO CATIVO”
 OLAVO BILAC – do livro  “Poesias Infantis”

Armas num galho de árvore o alçapão,
E em breve, um avezinha descuidada,
Batendo as asas, cai na escravidão.

Dás-lhe então por esplêndida morada,
A gaiola dourada.
Dás-lhe alpiste, água fresca e ovos e tudo.
Porque é que tendo tudo,
Há de ficar o passarinho mudo,
Arrepiado e triste sem cantar? !

- É que criança, os pássaros não falam,
Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens o possam entender...
Se os pássaros falassem, talvez os teus ouvidos escutassem,
Esse cativo pássaro dizer:

“ Não quero o teu alpiste, gosto mais do alimento que procuro
Na mata livre em que a voar me viste.
Tenho água fresca num recanto escuro,
Da selva em que nasci,
Da mata entre os verdores,
Tenho frutos e flores sem precisar de ti.
Não quero a tua esplêndida gaiola, pois nenhuma riqueza me consola de haver perdido aquilo que perdi.
Prefiro o ninho humilde construído
De folhas sêcas, plácido e escondido
Entre os galhos das árvores amigas...

Solta-me ao vento e ao sol,
Porque me prendes, solta-me , covarde, Deus me deu por gaiola a imensidade,
Não me roubes a minha liberdade,
Quero voar, voar...?”

Estas coisas o pássaro diria, se soubesse falar.
E a tua alma criança, tremeria, vendo tanta aflição,
E a tua mão tremendo, lhe abriria a porta da prisão.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

PENSANDO ( TRANSFORMAR É POSSÍVEL...)



Ao final de cada ano, sentimos a urgência de nos preparar para os festejos Natalinos e do início do ano que surge bem ali a nos anunciar surpresas.
Pessoas apressadas a correr, escolhendo e comprando presentes, lojas repletas de clientes atarefados com o espírito completamente possuído pelos encantos deste tempo. 
Então, sim meditar é preciso, na certeza de que os dias são incrivelmente rápidos, cada vez mais céleres diante da evolução e transformação que o mundo passou de uma Era para outra, sem interrupções, ponte ou trilha silenciosa, calma, onde pudéssemos compor um pensamento livre para sentar e pensar no que nos trouxe esse viver de agora...
Fatalmente, estamos todos acelerados, porque a vida assim nos fez, não há mais como tentar retroceder a corrida fantástica das transformações.
Entretanto, podemos fazer de cada momento um instante de felicidade, porque esta afinal, ninguém nos pode tirar, está dentro de nós, guardada lá num recanto profundo do nosso coração.
Segue abaixo o meu poema “Pensando (transformar é possível...)” uma mensagem de amor e incentivo ao ser humano.
A foto ao lado é de pintura de minha autoria, óleo sobre tela "A TERRA E O INFINITO" (med. 50 X 40CM).


                  PENSANDO ( transformar é possível...)
                                 
                                                                   Mary Balth

        Como uma onda a vida vai passando,
        E como esta ao fundo às vezes vai.
        Como uma onda aos poucos vai subindo
        E muitas vezes, ela também cai.

        Como poeta, poetando vou,
        Passando o tempo, versejando trovas,
        Nas madrugadas procurando luas,
        Pelas esquinas procurando provas.
       
        Versos cativos não os quero ter.
        Quero soltá-los pra poder voar...
        Junto com eles na amplidão dos céus,
        Rasgando nuvens, desvendando véus.

        Cativos seres de humanas formas,
        Porque chorais, meu Deus, porque chorais?
        Se tendes mente pra pensar, pensai !!!
        Transformem o pranto em turbilhões de luzes,
        de flores, festas, de alegrias mil ...
        Decerto a aurora vai surgir risonha,
        Toda vestida de um azul de anil.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

FUGA DA CRIAÇÃO (POEMA EM LOUVOR AO RETORNO DO QUE PERDEU...)


 Não existem explicações para os sentimentos que se passam no mais intimo de nossa alma. É difícil ser como sou, gosto das coisas lógicas, claras, objetivas. Isto algumas vezes torna-se confuso. Sentimentos vagueiam, sem explicações. De repente, vemos algumas atitudes sendo tomadas à nossa volta, vêm quase sempre de pessoas queridas, sem justas explicações. Assim acaba-se nossa inocência, nossa bondade. Desilusão, esta que eu denomino “sonhadora” se foi, levando consigo a inspiração, a pureza que está nos sonhos, na esperança, no entusiasmo, sem isso não há “criatividade”, a mensagem não pode ser passada, apenas folhas mortas pelo chão...
Por esse motivo, criei o meu poema “Fuga da Criação” era necessário colocar nossas mágoas para fora, nossos desalentos... Esta explicação se faz obrigatória para mim, para maior clareza daqueles que porventura lerem os meus poemas.
Aguardo com ansiedade que a “Sonhadora” retorne, e por este motivo “deixo a porta entreaberta, e nas noites de lua seu retorno eu espero”...
Quando eu era adolescente, já começava no mundo incrível da pintura, lia muito, aprendia... Memorizei, a delicadeza, da essência cristalina embutida  na frase de Paul Guaguin:” A arte é um dom divino que nasce no coração de todos aqueles que foram tocados pela Luz Celestial. Uma vez provadas as delícias da Grande Arte, o homem fica para sempre dedicado a Ela”. 
Decorei esta frase, para sempre. Não dá mesmo para esquecê-la!
Segue abaixo o meu poema “ Fuga da Criação”
A foto ao lado é de um dos meus trabalhos fundamentado no poema "Caminhada", observem a figura de mulher, a "Sonhadora". Óleo sobre tela med. 80 x 60 cm.

                                                          
                            A FUGA DA CRIAÇÃO


                                          SP.  31.08.2009


                         Viajante do tempo,
                         à procura do sol,
                         pesquisando no espaço,
                         os espaços de luz ...

                         A que outrora sonhava,
                         “Sonhadora” se foi
                         e partiu de repente,
                         sem olhar para trás,
                        
                         Tem o corpo cansado
                         de pensar e sonhar por um mundo melhor...

                         E agora o que faço, se sonhar é criar?!
                         “sonhadora” retorne a minh'alma te espera,
Deixo a porta entreaberta.
E nas noites de lua...“sonhadora”, retorne
É preciso criar, impossível parar.

                                                

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

DESENCANTO ( Poema por um mundo melhor...)


Há dias assim, úmidos e frios, num final de semana sem graça. Deve ter sido num desses momentos que compus o meu poema "Desencanto". É quando até a nossa criatividade, o desejo de criar alguma coisa nova, se esvai...  É bom acreditar que esses dias passam, novas idéias surgem, os obstáculos criados desmoronam, outros seres de luz lhe dão a mão e a vida continua... 
A boa nova é quando vemos que muito ainda há que se fazer neste imenso planeta. Que a nossa arte (mesmo que os outros não percebam), vai voltar a nos alimentar a ser parte de nós, salvadora sempre.

O que importa se outros não vêem? Não percebam seus dons, não valorizem  sua criação, a vontade que você tem de ajudar a construir e lutar por um mundo melhor ?...  De uma coisa tenho certeza, sem Esperança e Estímulo nada se constrói. Um dia, a "sonhadora" ( esta sou eu, o meu mais profundo eu)se foi... implorei que voltasse, deixei a porta entreaberta para chegar trazendo-me a vida de volta, a "volta da criação"... Tentarei esperá-la, pois entendo que agora partiu novamente...

Muitas coisas decerto nunca terão explicações debaixo do céu. Assim é a vida. 

Abaixo o meu poema "Desencanto".
Por hoje é só.  Até breve.
A foto ao lado é de um trabalho antigo, óleo sobre tela ( med. 70x50)Esta tela foi doada para um templo.

DESENCANTO
Mary Balth SP. 03.03.2006


É pro meu coração bater de leve,
E parar de ficar desconsolado,
Num compasso de extremo descompasso ...

É pra a alma subir e bem no alto,
Espantada rever
A lama e o pó refletidas nas águas
Que são puras !!! ...

Escutando o som leve que vagueia,
Pelos campos em flor da primavera.

É pro meu coração enfim, sentir
O compasso da eterna recompensa.

sábado, 5 de novembro de 2011

MOSAICO ( POEMA EM PRETO E BRANCO)



Todos os seres nascem com seu jeito especial de ser e de viver. Com seus dons algumas vezes para eles desconhecidos. Alguns nem mesmo aproveitam aquilo que naturalmente possuem. Todos haveremos de ter alguma coisa para doar. A arte sim, esta naturalmente captamos e muitas vezes nos salva de crises de alma, daqueles temores de grandes vazios.  A poesia, a verdadeira poesia, aquela que vem diretamente do coração, juntamente com as outras artes, estará permanentemente ao nosso lado, grande companheira até o fim. É salvadora enquanto revela e envia suas mensagens.
Alguns vão vivendo, nem se preocupam com o lado simbólico das coisas. Para outros, estes mistérios fascinam. Pessoas como eu, permaneceremos assim, analisando e observando o lado oposto e secreto das coisas, a simbologia do que está diante de nós como num eterno abismo. Pensando assim nessa perfeita sintonia, nos mais ocultos segredos do mundo, naqueles que edificaram seus templos de fé, sabendo bem o que ali estavam a construir, as dimensões, o material empregado, as colunas bem firmes, as direções devidas, o piso em preto e branco, organizei as ideias para o meu poema. Como não ficarmos atentos a tantos detalhes? O mundo não seria tão interessante sem segredos e revelações!...  Este poema MOSAICO foi por mim escrito e dedicado a todos os Templos construídos com seus pisos em preto e branco, em toda a face da terra.
A foto ao lado é pintura a óleo sobre tela. Representa uma paisagem com intenções de casas muita antigas e com as luzes fortes em tons de laranja, simples homenagem ao incomparável Vincent Van Gogh. (Med. 50x40 cm.)   Feliz fim de semana com pensamentos agradáveis e muita paz.   Até breve.

M O S A I C O
   Mary Balth SP 28.06.1996

Perfeita simetria
Em branco e preto,
Só mesmo vê e entende quem conhece,
Em níveis mais profundos, o “mistério”
Perfeito em perfeição, porque contém
A Manifestação.

Opostos dos opostos,
Noite e dia, e bem e mal,
Ocaso e alvorecer!
E negro, e noite, horror e escuridão,
E branco, e luz, e festa e harmonia.

Nos fios invisíveis deste piso,
Aquele que conhece pode ver,
Caminhos mui sutis que nos sugerem
Perfeito caminhar por entre as linhas,
Olhando com carinho e atenção
Podemos finalmente vislumbrar,
A Paz, a Grande Paz, e a união,
Indefinidamente entre os irmãos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

INDIFERENÇA ( CORAÇÕES DE PEDRA)


Nós que aprendemos a lidar com a palavra, nos tornamos responsáveis, nos obrigamos a ver com o coração, ver claramente as coisas ao redor, a tudo que nos atinge e aos outros seres humanos, porque pela palavra escrita ou falada, muito podemos transformar. 
Algumas vezes, vemos pessoas reclamarem dos Órgãos de Imprensa 
( agora também  no mundo virtual) entretanto, muitos acontecimentos terríveis jamais seriam descobertos se estes profissionais não tivessem coragem suficiente para publicá-los. Corrupção, desonestidade com o uso do dinheiro público, escravidão de seres inocentes, etc...
Não podemos calar quando os que estão no poder dizem coisas que enganam os mais desavisados. Nós entendemos as entrelinhas por detrás dos gestos e palavras estudadas, pronunciadas para iludir...  Os poetas, escritores, pintores, enfim, todos os artistas sempre estiveram engajados nos movimentos sociais,  reconhecendo o dever de se pronunciar por intermédio de sua arte e sempre foi e será dessa forma que a LIBERDADE vai se consolidando em muitas partes do nosso sofrido planeta.
O meu poema Indiferença ( corações de pedra), é de 1998, nada mudou. A ganância dos poderosos não tem limites!
Até breve.
A tela ao lado,  “Represa de Guarapiranga” em São Paulo, naquela época um local muito aprazível e poético com seus barcos e bela paisagem que me inspirou ( óleo sobre tela med.50 x 30cm).

INDIFERENÇA (corações de pedra ) 

                                          Mary Balth Junho/ 1998

                 Por que a vida pra alguns é cor de rosa,
                 E tem mares azuis da cor do céu ?!...
                 Tem sobrados, com quartos, com janelas
                 Com cortinas e flores pra deleite?
                
                 Porque a gente que habita nos sobrados,
                 Têm cobertas nas camas, cobertores,
                 Lindas fronhas de renda pra dormir?
                 Têm toalhas de linho em suas mesas
                 E tapetes nas salas pra pisar !...
                 Não lhes falta no prato o alimento,
                 Nem talheres de prata à refeição
                 Nem o vinho melhor mais puro e claro! ...

                 Porque a gente, esta gente dos sobrados,
                 Casarões construídos com o suor e com o
                 Sangue daqueles lá de baixo !!!
                 Permanecem escondidos nas cortinas,
                 Nos postigos fechados pra não ver ?!!!...

domingo, 2 de outubro de 2011

PRECE ( RESPONSÁVEIS SOMOS TODOS)


Dezembro de Mil, Novecentos e Noventa e Um, quanto tempo se passou ! Já naquela época, sabia que devíamos de alguma forma reclamar, fazer alguma coisa, tomar alguma atitude.
Escrevi esses versos e quase nada mudou! Hoje, temos mais meios comunicação, mais informação o tempo todo, um mundo virtual, modernidade por toda parte. Muita gente trabalhando pela melhoria de vida de algumas pessoas em diversos países, entretanto ainda vemos muitas crianças em trabalho escravo, gente doente sem atendimento e muita fome ainda em todo o planeta. Enquanto isso, alguns ambiciosos, pela ganância possuídos, conseguem fechar os próprios olhos e destruir o que nos resta em riquezas naturais por toda a terra. Temos de nos juntar àqueles que lutam por um mundo melhor. Quem sabe, alguns anjos cantarão a melodia do amor nos ouvidos dos poderosos? Assim, num milagre tudo estaria resolvido... Esperemos em Deus e em seu maravilhoso poder. Tudo se resolverá.
Um feliz fim de semana para todos os que gostam de alguma forma do que escrevo em qualquer parte deste planeta.
A foto ao lado é de um dos meus trabalhos representando uma árvore com o coração sangrando pedindo socorro, a floresta queimando, um peixe que chora, um rio escuro e pedras no caminho, um grito pela natureza. Óleo sobre tela med.70 x 50cm.          Até breve.



          P R E C E ( RESPONSÁVEIS SOMOS TODOS)
                                 
Mary Balth   14/12/1991

                 Dá-me forças, Senhor
                 Pra ver, sem sentir nada,
                 Tanta gente dormindo na calçada,
                 Como se gente não fosse.

                 Dá-me forças, Senhor
                 Para ver, sem poder, sem fazer nada ...
                 Estas crianças, vendendo qualquer coisa,
                 Pelas esquinas da vida,
                 Nos semáforos fechados.
                 Das ruas que não têm fim ...
                
                 Dá-me forças, Senhor,
                 Para ouvir, sem falar nada ..
                 Tanta mentira pintada de verdade,
                 Que verdade não é.
                
                 Dá-me forças, Senhor, faz que eu prossiga
                 Nessa luta invisível com palavras,
                 Diminui a angústia no meu peito,
                 Aumenta oh, Senhor a minha fé.

sábado, 17 de setembro de 2011

MENSAGEM -" CANTIGA DO AMOR UNIVERSAL"


Este é um dos mais antigos poemas de minha autoria. Foi por seu intermédio, quando ainda iniciava os primeiros passos na poesia, declamando nos lugares onde comparecia e tinha oportunidade de enviar minha mensagem, que apareci como “poeta”. Quem costuma acompanhar os meus escritos e minha pintura, nota e percebe claramente o quanto sou uma pessoa, um ser humano universalista. Almejo mesmo numa grande utopia, que um dia, quem sabe, poderemos estar todos juntos à volta de uma grande mesa redonda nos expressando num idioma único e em perfeito e ideal entendimento.   É difícil, é sonho? Não é impossível, talvez no futuro (não tão próximo), após muitos e grandes sofrimentos, outros terão a graça de presenciar este momento onde brilhará a bandeira branca da PAZ entre os povos. Aguardemos... não é proibido sonhar.
Este poema “Cantiga do Amor Universal” eu o dedico a todos os seres da terra, e aos meus leitores e amigos os melhores votos de um lindo fim de semana. Muita Paz, muito Sol, muita Luz.   Até breve .
A foto ao lado é de um dos meus trabalhos, óleo sobre tela, denominei de " Paisagem Antiga, apenas imaginação". ( med. 40 x 30 cm).

           
CANTIGA DO AMOR UNIVERSAL

                    Mary Balth  SP.22/10/1996


       Quando eu canto essa cantiga,
       a natureza estremece,
       As ondas batem de leve
       Suavemente escutando, quando
       eu canto essa cantiga.

       Quando eu canto essa cantiga,
       As aves cantam comigo,
       Pois elas sabem também
       Entoar essa cantiga!!!

       Quando eu canto essa cantiga,
       Em noites de primavera,
       Todas as flores despertam,
       Acordam para escutá-la...

       Quando eu canto essa cantiga.
       Todas as bocas se calam,
       Silentes para escutar...

       Quando eu canto essa cantiga,
       Estremecem os corações,
       Preconceitos não existem,
       As mãos se tocam, afinal,
       Pois a cantiga que eu canto,
       É o hino suave e santo,
       Do“AMOR UNIVERSAL” .

terça-feira, 13 de setembro de 2011

POEMA ( CANTO DE LIBERTAÇÃO)



Quando intui estes versos, foi pensando na essência de uma única palavra “LIBERDADE”. Após, pensando bem, entendi. De que vale a “liberdade” sem os direitos primordiais que deveriam ser assegurados a todos, indispensáveis para desfrutá-la? 
Então, este poema é para mim, bastante profundo, simples em suas palavras,  porém fortíssimo no conteúdo daquilo que desejei exprimir!  Peço que meditem, pois temos todos também dentro de nós “um menininho” prisioneiro,  aguardando por sua libertação . Proponho que olhem com mais carinho especialmente  para os dois últimos versos , o questionamento principal  do meu poema :... Quem dará ao menininho, a chave dessa prisão? ...   
Bons pensamentos. Aguardemos melhores dias em todos os recantos do nosso planeta.     Até breve.

Poema  (canto de libertação)
                                                              
Mary Balth 26.junho.1998

Quando eu vejo o passarinho,
Cantando no seu cantar,
Eu penso no menininho,
Tão pobre, triste, sozinho,
Chorando no seu chorar.

Vive a ave solitária,
Na gaiolinha a sonhar,
Também sonha o menininho,
Tão triste no seu quartinho,
Sonhando no seu sonhar...

Em seu quarto o pobrezinho,
Aperta o seu coração,
Quem dará ao menininho,
A chave desta prisão!?

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

SENTIMENTOS, PENSAMENTOS...


Este poema foi feito em um daqueles momentos em que precisamos meditar a respeito da verdadeira amizade. O nosso pensamento pode voar, crer ou não crer...  Acreditar naquilo que está diante de nós, em palavras, apenas palavras! Há tanta confusão nas aparências, assim como numa tela feita com capricho para nos iludir, figuras podem aparecer e desaparecer diante dos nossos olhos, bem ali num passe de mágica. Escolhamos as nossas amizades com cautela, pois ter um amigo verdadeiro é como possuir um tesouro. E está se tornando cada vez mais raro o sentimento da amizade. Ainda bem, que podemos escrever poemas a respeito de Sentimentos, Pensamentos... para acalmar o nosso coração. Hoje, sexta-feira, final de semana desejo a todos os leitores um excelente fim de semana e bons amigos, para sempre.
A tela ao lado  - “Castelos” – é óleo sobre tela nascida do meu próprio sentimento, capturando lembranças de velhas casas, de ruas calmas e tranquilas em cidades que apenas existem construídas em meu pensamento mais secreto, talvez guardado no fundo de minha alma, recordações antigas, de outras vidas, quem sabe? Até breve.
                       

SENTIMENTOS, PENSAMENTOS...


                                                                                   Mary Balth 19/02/2010
                                                                                              sexta-feira
                     Onde eu encontro a linguagem,
                 A palavra, a expressão?
       Se pensamentos são coisas
                 Vou pesquisar a linguagem ,
                 corpórea e extracorpórea,
                 direto do coração.
                 Em qualquer dos idiomas,
                 Português, Afro, Tupi, Indiano ou Japonês,
                 O homem toca os sentidos,
                 Que se transmutam , se tornam ideias do coração
                 Pode ser amor ou ódio!
                 Que é o contraponto do amor...

                 Amor e ódio se encontram pelas esquinas da vida,
                 Discutem, gritam, reclamam e assim falando, se perdem
                 De tanto se procurar...

                 Indiferença, entretanto, este não pode contar,
                 Sentimento assim tão pobre,
                 Tanto faz ir ou voltar...
                 É como um lago vazio, lavado, limpo, sem água
                 Sem luz, sem brilho, sem nada.
                 Indiferença no olhar dói tanto, tanto e profundo,
                 É como ter que mudar , ir morar no fim do mundo!
                
                 Amizade é que conforta, lhe dá a mão,
                 Lhe consola, pergunta por que está triste,
                 Por que chora, por quem chora?...
                
                 Ouve o som dos violinos, que nem sempre tocarão,
                 Abre a janela, repare a cor da rosa
                 Que surge num perfume radiante.
                 Assim é a amizade, bate forte, revigora,
                 Amigo é por toda a vida,
                 Amigo é pra qualquer hora.
                 

sábado, 30 de julho de 2011

A PREDILETA ( ESCOLHIDA E PARA SEMPRE)


O poema que segue é dedicado a uma “Estrela” brilhante, a mais brilhante que eu já vi, ou mesmo aquela na qual depositei minha atenção especial.  É tão simples a sua história. Aliás,acontecimentos inesperados  costumam ser sempre os mais marcantes em nossa vida.  Assim, certa noite no dia seguinte à mudança para a nossa primeira casa própria, (um desejo afinal realizado), com todos os sentidos à flor da pele, olhando para o céu bem ao centro da minha porta, lá no alto aonde escolhi para morar mais perto do céu, divisei aquela estrela, que chamei de minha estrela; em sua beleza e brilho era digna de uns versos para sacramentar o simbolismo e a emoção daquele momento.  
Esta é a história do nascimento do meu poema “Predileta”...O que de nós seria se não depositássemos atenção aos detalhes para compormos as histórias que nos poderão  acompanhar durante o nosso trajeto embelezando os dias e noites por toda a nossa vida?!!!
Almejo para todos que lerem os meus versos que afinal encontrem sua "estrela" e guardem o seu brilho como joia para sempre em seu coração.  A luz de uma estrela não se apaga jamais.
Até breve, almejando que os noticiários nos possam trazer manchetes mais leves vindas de seres humanos menos desesperados, sem esperanças no futuro e sem horizontes claros e definidos para viver.
A tela ao lado do texto é "Natureza Morta com Janela para o Jardim" óleo sobre tela ( med. 40 x 40 cm).                                                                                                
                        P R E D I L E T A

MARY BALTH  08 JULHO 2008


           Da fresta da minha porta,
        Bem justo, certo, no meio...
        Eu posso ver minha estrela,
        A minha estrela escolhida,
        Aquela que eu quero ver.

        Em delirante ansiedade,
        Todas as noites procuro,
        A minha estrela no céu...

        Às vezes, penso que ela,
        Num fulgurante luzir,
        É somente uma quimera,
        Não deve mesmo existir!!! ...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

... FILOSOFANDO

Do casamento de Philos + Sofhia ( amor à sabedoria) nasce a atitude de pensar. Decifrar enigmas, estudar, aprender, ter a mente sempre pronta para intuir novas informações , aberta ao novo. Permanecer abertos ao espírito crítico, sem preconceitos. Deixar fluir a intuição. Pesquisar sem certezas, sem conclusões definitivas. Estudar a filosofia é deixar-se seduzir pelas perguntas, pela busca incessante do conhecimento, abrir a mente para verdades que talvez não sejam as nossas verdades. Defender sempre o direito de pensar, inclusive deixando aos demais esse mesmo direito.   Assim raciocinando, pensando nas situações da vida que se colocam diante de nós aguardando por respostas, a cada momento, nasceu o poema “Filosofando” repleto de perguntas, eternamente questionadas. Particularmente, me envolvo neste poema, gosto do que escrevi, estas questões profundas nos perseguirão por toda a nossa vida, sem respostas.
Bom final de semana à luz suave e forte da poesia que nos ajuda a pensar e a viver.
 A tela ao lado do texto é uma ideia especial "Flor com Ninho de ovos", óleo sobre tela med. 40x40.   Até breve.



FILOSOFANDO

MARY BALTH    São Paulo, 23/07/2010

É preciso pensar e ter coragem de ir além da vista,
Além do horizonte, além de tudo, além daquilo que esta vista alcança...

E como perguntar à ventania,
Dos segredos que vê por onde anda?

E como mergulhar num oceano de águas ora claras, ora escuras!
E como interrogar à Mãe das Águas onde esconde secretas, invisíveis,
As chaves destes reinos tão profundos...

E como descobrir em tela antiga,
        Os segredos das tintas e das cores?...

E como perguntar aos altos montes,
Às rochas tão caladas, onde guardam as pedras escondidas,
       Salpicadas no meio do caminho?


E olhando o céu azul dentro da noite,
Recoberto de estrelas coruscantes,
Em infindos mistérios submerso,
A pergunta de sempre retornou,
Quem sou eu? De onde venho? Pra onde vou?...