Uma cena rotineira me proporcionou a ideia deste poema. Uma moça na
calçada aguardando a condução. Existe algo mais comum num dia de semana
qualquer? Entretanto, ao me dirigir até a janela, pude observar lá embaixo a
moça andando de um lado para outro, sua energia transborda, exibe sua aflição...
Meus pensamentos ali focados, entenderam
sua mensagem, um sopro de vida a esperar pelo destino. Pode ser a qualquer
tempo, em algum lugar, numa grande cidade ou quem sabe em um pequeno povoado
distante, perdido no meio do nada, alguém estará a esperar pelos desígnios do
seu próprio destino, como entender? Temos pressa, não queremos esperar!!! ...
Assim, nascem de alguma forma as crônicas, apenas por mera observação
de coisas corriqueiras do dia a dia, num recanto qualquer do universo.
Já é fim de ano, estamos no Natal, realmente o tempo passou depressa,
nem percebemos o transcorrer das horas e dos dias!!!
A foto ao lado é de um trabalho de minha autoria, óleo sobre tela "Fundo de Quintal, reminiscências" med. 70x50cm.
Cenas da Cidade
Mary Balth SP.
17/02/2011
Uma moça na calçada,
Aguardando a condução,
Impaciente caminha para um lado
e para o outro...
Num ponto de transição.
A moça pensa e repensa,
Os pensamentos estão soltos,
Como bichos sem controle,
A moça e suas promessas,
Seus desejos mais secretos,
Sepulta seus sentimentos,
Num canto escuro e profundo,
Tenta esquecer os seus sonhos,
Na rotina desse dia...
Será que o destino existe?
Pergunta a moça inocente,
As horas passam depressa...
É o relógio verdadeiro,
Nas horas que faz soar?
A lua se mostra leve
Nessa tarde de verão,
Aguarda a noite chegar,
Para exibir a beleza
De uma noite de luar...
Repica o sino na igreja,
O sol se põe no horizonte,
A chuva cai tão pesada,
Lavando os muros, as casas,
Lavando a alma, afinal...
E a moça na calçada,
Continua a esperar,
Um dia meu Deus, quem sabe,
Depois de tanto aguardar
Seu jardim vai florescer
E as rosas irão brotar!...