quinta-feira, 25 de abril de 2013

CAMINHADA ( MAIS UM POEMA PARA REFLEXÃO )...


Este poema foi composto num dia para mim muito conturbado. Precisava resolver a finalização de um contrato que não mais me interessava.Para aguardar o momento da resolução do meu problema, fui ao Centro Cultural São Paulo. Ali havia uma exposição de fotografias  feitas por alguém com alma  muito  solitária que me tocou profundamente . Eram paisagens vazias, nenhum ser humano. Podia-se ver um galo triste numa porteira de algum sitio longínquo...Sentei-me na cadeira de um bar, e ali veio-me inteiro este poema, que escrevi num papel ali, para que não me fugisse a inspiração. É incrível como as ideias chegam num segundo e partem sem retorno... Gosto destes versos, da filosofia que apreendi , nunca me esquecerei a emoção que me envolveu na solidão daquele fotógrafo. São coisas que acontecem com poetas e poesias. 
A foto acima é do meu trabalho "TÚNEL DO TEMPO" (óleo sobre tela), inspirado nos versos do meu poema "CAMINHADA".

 MAIS UM POEMA, PARA LER E REFLETIR

                   CAMINHADA
                           
                                                                  SP. 15 maio/ 2001
       
    Hoje eu quero sentir, caminhar,
    Nas veredas vazias da vida, 
    No retorno ao início das eras,
    Objetos que são refletidos,
    Na paisagem deserta do ser!!!

     Que complexo é ser, Ser Humano!
     Refletir na odisséia do tempo,
     Como longo ele vem e se vai ...
                                                                        
      É um gato manhoso que dorme,
      Um cachorro latindo na estrada,
      Que vê sombras que o humano não vê!
       
      É um quadro total surrealista,
      É Dali com o seu gênio criando,
      um relógio quebrado na mesa!

      Um sapato encharcado na porta,
      Referência do seu caminhar ...

      Arco-iris cortando no espaço
      recamado de luzes azuis.

      É o retorno da arte, pra a arte,
      O regresso do filho que parte...

      É o caos de perguntas sem volta,
      esqueletos voando no ar...
      É a pintura de velhos sobrados,
      casarios que o tempo levou...

      É a terra que chora e suplica
      Nos vazios, espaços, no nada .

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