quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

REVISITANDO POEMAS- CIDADE GRANDE - ROTINA E REALIDADE CRUEL...

Como expectadora, passando pela linda Avenida Paulista, bela e poderosa, consigo ver, deitado em frente, bem na porta central do Banco do Brasil, um pobre dormindo, vestido em seus trapos e sem nada mais que pudesse possuir e chamar de seu... Ali, justamente o retrato da pobreza e a imagem da riqueza.  Os que passavam, nem um olhar. Nem desprezo, nem raiva, a ignorância total. Estão acostumados, é a rotina da cidade grande. Entretanto, meu olhar imprimiu em meu coração a imagem daquele homem. Então como libertação, compus o poema “Cidade Grande” uma espécie de expiação, para gravar o meu sentimento.  Espero ainda mais em épocas festivas, felizes, alegres, que minhas retinas não tenham o desgosto de registrar situações semelhantes e que deveras agridem o nosso coração. Abaixo transcrevo o meu poema que consegui captar daquela cena e transformar em versos. Bons negócios, felizes dias e Boa Leitura.  
A foto ao lado denominei  "SÃO PAULO, ARREBOL E FLORES" ( óleo sobre tela) paisagem que compus vista da minha varanda no 17º andar. Vê-se tremulando a Bandeira de São Paulo no alto do Edifício Banespa no centro da cidade. 

             CIDADE GRANDE  ( ROTINA E REALIDADE CRUEL...)  
                                                        
                                             Mary Balth  SP. 31.05.2001           

                 É um corpo que cai,
               É um ser que despenca!...
               Na calçada, onde jaz.
               
              Transeuntes que passam,
              Largos passos têm pressa
              Seus olhares desviam,
              Sem olhar para trás.
                
              Nas fachadas, tão perto,
              De janelas cerradas,
              Como punhos fechados,
              A cidade se esconde!
              
              Por detrás de altos muros.
              Já não vê, nem pressente,
              Já não ouve nem sente,
                Enterrou sua alma,
                Nas calçadas de pedra.


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