domingo, 18 de fevereiro de 2018

PARA RELEMBRAR E MEDITAR... MEU POEMA : " SONHO BOM - REALIDADE CRUEL "

MEU TRABALHO : " A ESTRADA - A ESCOLHA " 
óleo sobre tela 

Muito tempo pensei na composição desses versos, mas a intuição não chegava ... o tema era para mim bastante pesado, para mim que passei minha infância brincando, estudando, lendo bons livros com boa alimentação e apoio de uma família que estava preparada para educar crianças...  Pensei então em fazer o menino sonhar, um sonho bom, algo que dele não se pode tirar, "o seu sonho" apenas isso ele possui. Almejo que num futuro, quem sabe próximo, ainda possamos ver aqueles que têm as condições em suas mãos para executarem as mudanças necessárias e também o dever para as aprovações urgentes, agirem especialmente na área da EDUCAÇÃO. Com o estudo tudo pode mudar. Ter um lar, boa alimentação e estudo, o básico e indispensável para uma vida decente. 

Todos nós devemos lutar pela erradicação do trabalho infantil. Crianças são postas neste mundo para estudar e aprender brincando, amadurecendo para as realizações do futuro.

         SONHO BOM/ REALIDADE CRUEL
                 
        Mary Balth  São Paulo  25-06-2010

Dormindo o menino sonha.
Em seu sonho pode ver, e pode ver claramente,
Seu pai, meu Deus, tão bonito,
Vestido num belo terno,
Numa camisa engomada, com gravata e tudo o mais...
Com sapatos de alto brilho que só engraxate faz.

Escuta então uma voz que lhe é familiar: é sua mãe avisando,
Chamando alto, falando: Olha , o jantar está pronto, está na mesa o jantar.
- E que mesa, bela mesa, toda forrada, coberta com uma toalha rendada,
  Bonita de fazer gosto!
  E sobre a linda toalha num arranjo singular,
  Ricos talheres e pratos, da mais fina porcelana;
  No centro daquela mesa, colocado com esmero,
  Um jarro com belas rosas e flores da estação...”

Aqui termina o seu sonho,
Pois o sonho do menino
Logo , logo se transforma num terrível pesadelo,
A cruel realidade vem bater à sua porta.
É a voz de sua mãe que fala, grita e avisa:
- Levanta, anda menino, é hora de levantar,
O seu patrão já lhe espera,
É hora de trabalhar ! 
E o menino tristemente,
Vai atender ao patrão,
Que lhe explora e escraviza,
Sem nenhuma compaixão !

E eu me pergunto, espantada,
Olhando o céu cor de anil,
Até quando iremos ver,
Analfabetas, carentes,
Escravizadas e tristes ,
Sem lar, sem teto, sem nada,
As crianças do Brasil ?

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