sexta-feira, 19 de novembro de 2010

POEMA FORA DO TEMPO ... SAUDADES ...

Era no início do mês de Natal. Para ser bastante precisa, era o dia primeiro de Dezembro. Como amante da poesia, aproveitei este instante de enorme emoção, de sentimentos tristes e profundos. Estes sentimentos costumamos nomear  em nosso idioma com uma palavra doce - "Saudade"- tem uma doçura amarga e muitas vezes, dolorosa e que somente o tempo pode diluir. No meu "Poema fora do tempo" posso idealizar a saudade instalada em minha casa, me fazendo companhia, conversando comigo e até mesmo sentada em minha cama ou num canto do quarto a meditar. Naquele instante, muito longe, bem longe, a minha filha experimentava o mesmo sentimento! Lia ela naquele dia sentindo-lhe pesar o coração o poema de Gonçalves Dias " A canção do exílio " -: "Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, as aves que aqui gorgeiam, não gorgeiam como lá"... Estas coisas acontecem, os pensamentos se cruzam,são coincidências? Ou são mesmo frutos de ligações mais profundas entre os seres, que não se pode explicar? ! É uma boa pergunta para se refletir e pensar !!! 
O universo é realmente surpreendente, em cada canto do planeta uma revelação, uma surpresa. Aproveitemos para conviver com aqueles que amamos, não sabemos quando a saudade vai bater à nossa porta. Muita reflexão e Boa leitura.  




                        POEMA FORA DO TEMPO ...

                                   SP.  01.12.2004



        Ela veio sutil e delicada,
        Instalou-se na sala de jantar,
        pendurou-se nos quadros,
        nas paredes, ficou lá a me olhar,
        pura metáfora !!!

        Companhia me faz, e posso vê-la
        Refletida no espelho da varanda,
        Muitas vezes, se senta em minha cama,
        Ou num canto do quarto a meditar.

        Outro dia, outra hora, em horas mortas,
                 perguntei-lhe seu nome,
                 Ela me disse, segredou-me na luz da sua mente,
                 Desenhou com uma tinta de ouro puro:-
                 “ ...o meu nome é saudade” e o sobrenome?
                 Qualquer um, não importa o sobrenome ...”

        Algum dia, decerto vamos juntas,
        Passear de mãos dadas pela praça...

Um comentário:

  1. Querida Dona Mary

    soube do seu blog pelas informações da Cris da CCD.
    Como sempre, fiquei emocionada com o poema...
    Não sou tão internética e seguidora deste tipo de comunicação, mas gostaria de deixar aqui a minha reverência ao seu talento.
    Grande abraço

    Clelia Aranda

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