Este poema foi
composto a pedido de um amigo médico, que se interessa e luta pelo fim do
trabalho infantil. Ele e muitos outros lutam por um país onde as crianças
apenas possam brincar e estudar para enfim terem um futuro melhor. Muito tempo
pensei na composição desses versos, mas a intuição não chegava ... o tema era
para mim bastante pesado, para mim que passei minha infância brincando,
estudando, lendo bons livros com boa alimentação e apoio de uma família que
estava preparada para educar crianças... Pensei então em fazer o menino
sonhar, um sonho bom, algo que dele não se pode tirar, "o seu sonho"
apenas isso ele possui. Almejo que num futuro, quem sabe próximo, ainda
possamos ver aqueles que têm as condições em suas mãos para executarem as mudanças
necessárias e também o dever para as aprovações urgentes, agirem especialmente
na área da EDUCAÇÃO. Com o estudo tudo pode mudar. Ter um lar, boa alimentação
e estudo, o básico e indispensável para uma vida decente.
Todos nós devemos lutar pela erradicação do trabalho infantil.
Republico este
poema pela primeira vez postado em meu Blog em Abril/2011. Crianças são postas
neste mundo para estudar e aprender brincando, amadurecendo para as
realizações do futuro.
SONHO BOM/ REALIDADE CRUEL
Mary Balth São Paulo 25-06-2010
Dormindo o menino sonha.
Em seu sonho pode ver, e pode ver claramente,
Seu pai, meu Deus, tão bonito,
Vestido num belo terno,
Numa camisa engomada, com gravata e tudo o mais...
Com sapatos de alto brilho que só engraxate faz.
Escuta então uma voz que lhe é familiar: é sua mãe avisando,
Chamando alto, falando: Olha , o jantar está pronto, está na mesa
o jantar.
- E que mesa, bela mesa, toda forrada, coberta com uma toalha
rendada,
Bonita de fazer gosto !
E sobre a linda toalha num arranjo singular,
Ricos talheres e pratos, da mais fina porcelana;
No centro daquela mesa, colocado lindamente
Um jarro com belas rosas e flores da estação...”
Aqui termina o seu sonho,
Pois o sonho do menino
Logo , logo se transforma num terrível pesadelo,
A cruel realidade vem bater à sua porta.
É a voz de sua mãe que fala, grita e avisa:
- Levanta, anda menino, é hora de levantar,
O seu patrão já lhe espera,
É hora de trabalhar !
E o menino tristemente,
Vai atender ao patrão,
Que lhe explora e escraviza,
Sem nenhuma compaixão !
E eu me pergunto, espantada,
Olhando o céu cor de anil,
Até quando iremos ver,
Analfabetas, carentes,
Escravizadas e tristes ,
Sem lar, sem teto, sem nada,
As crianças do Brasil ?
Lindo poema, mamis :) Saudades!
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