sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

CANTANDO O DOCE AMOR...


Era o mês de Natal de 1993. Como sempre fazíamos, brincávamos de "amigo oculto" colocávamos bilhetinhos na caixa de lembranças no corredor... uma colega deixou em meu nome "para Mary Balth" (nessa época eu já era Mary Balth e todos sabiam que gostava de poesia) . Abri, lá estava, assim era o poema : ...
  "Provisoriamente, não cantaremos o amor, também não cantaremos o ódio, cantaremos o medo.   
Medo das multidões, medo da guerra e de depois da guerra ... "             

e assim seguia o poema muito triste e muitíssimo bem feito, jamais esqueci estes versos tão profundos, realistas . Imediatamente fui ao meu local de trabalho, e em minha máquina de escrever, ( sim, era máquina de escrever) fiz então a resposta ao poema que tanto me marcou, que transcrevo abaixo. 
Apenas, (tomei conhecimento muito tempo depois) não sabia que estava respondendo ao poeta Carlos Drummond de Andrade, autor dos versos que tanto me impressionaram e haviam sido gerados ao final da guerra mundial de 1945 ... coisas da vida que movem o mundo da literatura, o mundo das emoções, da escrita, o mundo dos poetas. 
Para o AMOR flores- "Natureza morta, flores e frutos da estação"- de minha autoria, óleo sobre tela. 

                     CANTANDO O DOCE AMOR

Mary Balth  14-12-1993

Eu prefiro ir cantando o doce amor,
Muito longe dos muros subterrâneos

Pendurado no cume dos telhados,

Balançando ao vento dos sobrados,

Enfeitado das cores do arco iris,

Sete cores de múltiplos matizes...


Eu não quero cantar o ódio amargo,

Ressequido, disforme, sem sabor,

Quero riso, alegria, aromas, flores,

    Eu prefiro ir cantando o “doce amor” !!!...



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