segunda-feira, 30 de setembro de 2013

COMO NASCEU UM POEMA ( SEMPRE É BOM RELEMBRAR )

Era o mês de Natal de 1993. Como sempre fazíamos, brincávamos de "amigo oculto" colocávamos bilhetinhos na caixa de lembranças no corredor, uma colega deixou em meu nome "para Mary Balth" (nessa época eu já era Mary Balth e todos sabiam que gostava de poesia) . Abri, lá estava, assim era o poema : ...   "Provisoriamente, não cantaremos o amor, também não cantaremos o ódio, cantaremos o medo.  Medo das multidões, medo da guerra e de depois da guerra ... " e assim seguia o poema muito triste e muitíssimo bem feito, jamais esqueci estes versos tão profundos, realistas . Imediatamente fui ao meu local de trabalho, e em minha máquina de escrever, fiz então a resposta ao poema que tanto me marcou, que transcrevo abaixo. 

Apenas, (tomei conhecimento muito tempo depois) não sabia que estava respondendo ao poeta Carlos Drummond de Andrade, autor dos versos que tanto me impressionaram e haviam sido gerados ao final da segunda guerra mundial de 1945 ... coisas da vida que movem o mundo da literatura, o mundo das emoções, da escrita, o mundo dos poetas. 
A foto ao lado, de um trabalho de minha autoria, "Cavalos no campo"-óleo sobre tela, representa bem a liberdade. 

    CANTANDO O DOCE AMOR

                            Mary Balth  14-12-1993


  Eu prefiro ir cantando o doce amor
  Muito longe dos muros subterrâneos     
  Pendurado no cume dos telhados,
  Balançando ao vento dos sobrados,
  Enfeitado das cores do arco-iris,
  Sete cores de múltiplos matizes...
       
  Eu não quero cantar o ódio amargo,
  Ressequido, disforme, sem sabor,
  Quero riso, alegria, aromas, flores,
  Eu prefiro ir cantando o “doce amor” .



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