sexta-feira, 4 de outubro de 2013

BIOGRAFIA DE UMA VELHA RUA ( PALAVRA REVELAÇÃO) REVISITANDO UM POEMA.

BIOGRAFIA DE UMA VELHA RUA.


Quando se reside em uma cidade como São Paulo, podem surgir surpresas em cada esquina...pensamentos voam!
São as visões de poeta que observam do inconsciente o que outros talvez não percebam, julgam ver o presente, mas não sentem intensamente as nuances do passado. Assim,andava pela Rua da Consolação uma tarde, de ônibus, percebi como a rua contava suas histórias que entraram pela minha fantasia. Vi então, com outros olhos os velhos casarões, sobrados com lanternas coloridas nas esquinas de outros tempos, e bandeiras esquecidas desbotadas penduradas nas fachadas, já sem cor ...
Com as visões desta rua antiga, secular, criei o poema “Palavra (Revelação) como se tudo voltasse no tempo, fosse real e em sua última estrofe o meu poema sugere uma palavra desejada para ser escrita no chão, riscada em giz , no idioma do meu País. O vocábulo escolhido por mim,  é “Esperança”...  
Posteriormente, inspirada em meu poema e nas emoções sentidas naqueles momentos de criação fiz a parte plástica dos pensamentos quanto ao passado daquela rua. A minha tela bastante colorida (med. 80x60cm) tenta mostrar no alto vitrais coloridos de antigas igrejas ,a figura de mulher, imersa em seu pensar, o túnel do tempo e muitas cores espalhadas pelo chão, para que cada um possa imaginar e entrar em seu próprio sentimento!.  
Felizes dias e até breve.
Meu trabalho, foto ao lado, TÚNEL DO TEMPO- Óleo sobre tela. 

P A L A V R A ( REVELAÇÃO )

Mary Balth 22.02.2002

Entro no túnel do tempo agora,
Revejo as ruas desta cidade ...
Penso nas flores esbranquiçadas do meu jardim!
Entro nos sonhos, enquanto durmo, derrubo muros do meu quintal,
Pressinto luas como mortalhas, entrando tontas pelas vidraças
Das naves frias da catedral...

Percebo trilhos, trilhos vazios, descaminhados, não vão a nada...
Vejo bandeiras, de faixas brancas, presas aos mastros,
sem inscrição.
E verdes frios, amarelados, que não são verdes,
que não são nada...
Nas grandes placas desta cidade quadriculada, não vejo nada.
E nas janelas das velhas casas desabitadas,
Vejo lanternas já desbotadas, sem emoção.

Vejo figuras pelas estradas perambulando
De vestes soltas, quase sem cor.

Procuro cores, percebo odores, invoco o Verbo da Criação
e na calçada, riscada em giz,
vejo a palavra tão almejada,
caligrafada no Idioma do meu País.



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