BIOGRAFIA
DE UMA VELHA RUA.
Quando
se reside em uma cidade como São Paulo, podem surgir surpresas em cada
esquina...pensamentos voam!
São as
visões de poeta que observam do inconsciente o que outros talvez não percebam,
julgam ver o presente, mas não sentem intensamente as nuances do passado. Assim,andava pela Rua da Consolação uma tarde, de ônibus, percebi
como a rua contava suas histórias que entraram pela minha fantasia. Vi então,
com outros olhos os velhos casarões, sobrados com lanternas coloridas nas
esquinas de outros tempos, e bandeiras esquecidas desbotadas penduradas nas
fachadas, já sem cor ...
Com as
visões desta rua antiga, secular, criei o poema “Palavra (Revelação) como se
tudo voltasse no tempo, fosse real e em sua última estrofe o meu poema sugere
uma palavra desejada para ser escrita no chão, riscada em giz , no idioma do
meu País. O vocábulo escolhido por mim, é “Esperança”...
Posteriormente,
inspirada em meu poema e nas emoções sentidas naqueles momentos de criação fiz
a parte plástica dos pensamentos quanto ao passado daquela rua. A minha tela
bastante colorida (med. 80x60cm) tenta mostrar no alto vitrais coloridos de
antigas igrejas ,a figura de mulher, imersa em seu pensar, o túnel do tempo e
muitas cores espalhadas pelo chão, para que cada um possa imaginar e entrar em
seu próprio sentimento!.
Felizes
dias e até breve.
Meu trabalho, foto ao lado, TÚNEL DO TEMPO- Óleo sobre tela.
P A L A V R A ( REVELAÇÃO )
Mary
Balth 22.02.2002
Entro no túnel do tempo agora,
Revejo as ruas desta cidade ...
Penso nas flores esbranquiçadas do meu
jardim!
Entro nos sonhos, enquanto durmo, derrubo
muros do meu quintal,
Pressinto luas como mortalhas, entrando
tontas pelas vidraças
Das naves frias da catedral...
Percebo trilhos, trilhos vazios, descaminhados, não vão a nada...
Vejo bandeiras, de faixas brancas, presas
aos mastros,
sem inscrição.
E verdes frios, amarelados, que não são
verdes,
que não são nada...
Nas grandes placas desta cidade
quadriculada, não vejo nada.
E nas janelas das velhas casas desabitadas,
Vejo lanternas já desbotadas, sem emoção.
Vejo figuras pelas estradas perambulando
De vestes soltas, quase sem cor.
Procuro cores, percebo odores, invoco o Verbo da Criação
e na calçada, riscada em giz,
vejo a palavra tão almejada,
caligrafada no Idioma do meu País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço sua sinceridade e visitas ao Blog...