sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

REVISITANDO POEMAS - INDIFERENÇA ( CORAÇÕES DE PEDRA) APENAS PARA MEDITAR

Nós que aprendemos a lidar com a palavra, nos tornamos responsáveis, nos obrigamos a ver com o coração, ver claramente as coisas ao redor, a tudo que nos atinge e aos outros seres humanos, porque pela palavra escrita ou falada, muito podemos transformar. 
Algumas vezes, vemos pessoas reclamarem dos Órgãos de Imprensa (agora também  no mundo virtual) entretanto, muitos acontecimentos terríveis jamais seriam descobertos se estes profissionais não tivessem coragem suficiente para publicá-los. Corrupção, desonestidade com o uso do dinheiro público, escravidão de seres inocentes, etc...
Não podemos calar quando os que estão no poder dizem coisas que enganam os mais desavisados. Nós entendemos as entrelinhas por detrás dos gestos e palavras estudadas, pronunciadas para iludir...  Os poetas, escritores, pintores, enfim, todos os artistas sempre estiveram engajados nos movimentos sociais,  reconhecendo o dever de se pronunciar por intermédio de sua arte e sempre foi e será dessa forma que a LIBERDADE vai se consolidando em muitas partes do nosso sofrido planeta.
O meu poema Indiferença ( corações de pedra), é de 1998, nada mudou. A ganância dos poderosos não tem limites!
Até breve.
A tela ao lado,  “Represa de Guarapiranga” em São Paulo, naquela época um local muito aprazível e poético com seus barcos e bela paisagem que me inspirou ( óleo sobre tela med.50 x 30cm).






         INDIFERENÇA (corações de pedra ) 

                                               Mary Balth Junho/ 1998

                 Por que a vida pra alguns é cor de rosa,
                 E tem mares azuis da cor do céu ?!
                 Tem sobrados, com quartos, com janelas
                 Com cortinas e flores pra deleite?
                
                 Porque a gente que habita nos sobrados,
                 Têm cobertas nas camas, cobertores,
                 Lindas fronhas de renda pra dormir?
                 Têm toalhas de linho em suas mesas
                 E tapetes nas salas pra pisar !
                 Não lhes falta no prato o alimento,
                 Nem talheres de prata à refeição
                 Nem o vinho melhor mais puro e claro! 

                 Porque a gente, esta gente dos sobrados,
                 Casarões construídos com o suor e com o
                 Sangue daqueles lá de baixo !
                 Permanecem escondidos nas cortinas,
                 Nos postigos fechados pra não ver !


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