Muito
tempo pensei na composição desses versos, mas a intuição não chegava ... o tema
era para mim bastante pesado, para mim que passei minha infância brincando,
estudando, lendo bons livros com boa alimentação e apoio de uma família que
estava preparada para educar crianças... Pensei então em fazer o menino
sonhar, um sonho bom, algo que dele não se pode tirar, "o seu sonho"
apenas isso ele possui. Almejo que num futuro, quem sabe próximo, ainda
possamos ver aqueles que têm as condições em suas mãos para executarem as
mudanças necessárias e também o dever para as aprovações urgentes, agirem
especialmente na área da EDUCAÇÃO. Com o estudo tudo pode mudar. Ter um lar,
boa alimentação e estudo, o básico e indispensável para uma vida decente.
Todos
nós devemos lutar pela erradicação do trabalho infantil. Crianças
são postas neste mundo para estudar e aprender brincando, amadurecendo para as
realizações do futuro.
Acima meu trabalho, óleo sobre tela:" O PÁSSARO CATIVO" - LIBERDADE
SONHO
BOM/ REALIDADE CRUEL
Mary Balth São Paulo 25-06-2010
Dormindo
o menino sonha.
Em
seu sonho pode ver, e pode ver claramente,
Seu
pai, meu Deus, tão bonito,
Vestido
num belo terno,
Numa
camisa engomada, com gravata e tudo o mais...
Com
sapatos de alto brilho que só engraxate faz.
Escuta
então uma voz que lhe é familiar: é sua mãe avisando,
Chamando
alto, falando: Olha , o jantar está pronto, está na mesa o jantar.
-
E que mesa, bela mesa, toda forrada, coberta com uma toalha rendada,
Bonita de fazer gosto!
E sobre a linda toalha num arranjo singular,
Ricos talheres e pratos, da mais fina porcelana;
No centro daquela mesa, colocado com esmero,
Um jarro com belas rosas e flores da estação...”
Aqui
termina o seu sonho,
Pois
o sonho do menino
Logo
, logo se transforma num terrível pesadelo,
A
cruel realidade vem bater à sua porta.
É
a voz de sua mãe que fala, grita e avisa:
-
Levanta, anda menino, é hora de levantar,
O
seu patrão já lhe espera,
É
hora de trabalhar !
E o menino tristemente,
Vai atender ao patrão,
Que lhe explora e escraviza,
Sem nenhuma compaixão !
E
eu me pergunto, espantada,
Olhando
o céu cor de anil,
Até
quando iremos ver,
Analfabetas,
carentes,
Escravizadas
e tristes ,
Sem
lar, sem teto, sem nada,
As
crianças do Brasil ?
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